sábado, 14 de janeiro de 2017

Capitulo 1 - O Tigre preto

CAPITULO 01

O TIGRE PRETO



Uma noite de vinte e seis de abril se encerrava; o dia estava amanhecendo, e o relógio já marcava as cinco horas da manhã, hora em que as pessoas da pequena cidade de Sousa no interior da Paraíba costumam caminhar, sob o sol e canto dos pássaros. As pessoas escolhiam caminhos diferentes para caminhar devido a muitas opções de trilhas que se cruzavam.

Havia uma trilha especial que ninguém jamais caminhara por ela, e monotonia das mesmas trilhas de sempre começaram a  não ter mais graça. Dois jovens caminhavam sempre pela mesma trilha, todos os dias chegavam a casa e todos os dias retomavam suas vidas.

Aécio e Pedro eram dois jovens amigos que compartilhavam uma casa quase no final da rua principal da cidade. Aécio é um rapaz forte baixo e moreno, tinha feições de determinação, e é muito fã de filmes como os de Bruce Lee, e Chuck Norrys, já Pedro é mais alto, com a pele clara, e bem largado, até parecia que só ia para as caminhadas para acompanhar seu parceiro.

Na manhã seguinte depois da mesma caminhada pelo mesmo percurso, eles se sentiam quase como um relógio despertador, fazendo as mesmas coisas todos os dias nas mesmas horas. Pedro não estava contente com tudo que estava acontecendo.

- Aécio, vou parar de fazer isso por uns tempos – disse Pedro
- Mas por que? – perguntou Aécio
- Eu estou entediado, não quero mais
- Tudo bem, eu aproveito e conheço outras trilhas – disse Aécio pensando na trilha que ninguém jamais passara.

Na manhã seguinte quando Aécio saia para a caminhada matinal, ele se sentiu bem mais disposto do que nos outros dias que se passaram, ele saiu sozinho pelas ruas até chegar nos cruzamentos das trilhas, e decidiu seguir pela trilha que ele imaginou na manhã passada.

Ele andou alguns quilômetros na nova trilha, que agora parecia igual as outras, as mesmas arvores, o mesmo cântico dos pássaros, a não ser por um alto morro que existia mais a frente no fim da trilha, e em mais a frente na estrada uma placa coberta de poeira, e com letras desenhadas a mão se lia: “pessoas morrem se passarem o morro, mantenham-se afastados”; Aécio se via entre vários tipos de sensações, a de curiosidade, querendo saber o que havia depois do morro, mas também estava com medo de morrer.

Dias se passaram até que Aécio sentiu que era hora de ver o que acontecia depois do morro. E ao se aproximar mais do que de costume, ele ouve barulhos de sinos e pessoas gritando, como se fossem dois homens que estivessem travando uma guerra um com o outro, e o barulho dos sinos eram ensurdecedores, era a primeira vez que ele ouvia aqueles barulhos, ele sentia que era a oportunidade de saber o que acontecia depois do morro.

Ele pegou um impulso no começo do morro, então começou a escalá-lo, parecia simples, ele ainda tinha um pouco de energia, se agarrando nas pedras quase soltas ele alcançou metade do morro, onde era uma parte mais fácil e mais reta e bem gramada, quando ele conseguiu chegar a o topo do morro,  ele se escondeu atrás de um pequeno toco de arvore, e olhando lá pra baixo onde via-se dois homens com roupas pretas e vermelhas com faixas no cabelo e na cintura, nada podia se escutar da conversa dos dois mais só gritos muito altos, e sinos gigante nas duas torres que cercavam um grande templo, com estatuas muito altas com cerca de quatro metros cada, no meio de duas delas um portão dourado entreaberto.

Os dois homens andam lutavam entre si, e passaram assim por mais uns dez minutos em seqüência de socos e chutes, e alguns movimentos que lembravam animais, Aécio reconheceu alguns movimentos por causa dos filmes que assistiu varias vezes. Só depois eles pararam de lutar, se cumprimentaram, foi onde Aécio pode reparar mais nos dois, eles tinham diferenças, um era forte e moreno bem claro, e o outro também era forte só que loiro, os dois usavam tiras douradas em seus braços.

Aécio sentia uma vontade enorme de se aparecer para os dois, porém seu medo foi maior, desceu o morro rumo a cidade, depois de andar alguns quilômetros, chegou em casa, já eram quase sete a manhã, ele havia passado muito mais tempo do que de costume nas caminhadas, e seu parceiro Pedro ainda estava dormindo, mas ele não esperou até ele acordar, chamou pelo colega.

-PEDRO, ACORDA, ACORDA, VOCÊ TEM QUE VIR COMIGO, VOCÊ PRECISA VER ISSO – Aécio falou tão alto que sua garganta agora doía
-È mehor que seja importante – Respondeu Pedro sonolento
-Venha logo comigo – disse Aécio.

Aécio puxou Pedro até a porta do quarto, onde só deu tempo para que pero vestisse uma roupa normal e calça-se sua sandália. Então os dois correram para ver o que Aécio tinha tanto pra mostrar a Pedro, após andarem alguns quilômetros, os dois já estavam próximos do morro, Aécio ajudou Pedro a subir e subiu em seguida, Pedro chegou antes no topo, e ficou de boquiaberto com o que via, Aécio falou com ele que eles não poderiam aparecer agora, então os dois se esconderam mas Pedro continuava a observar a sua frente.
-Nossa que lindo – Disse Pero admirado com sua visão, ele parecia em êxtase.
-Eu ti disse que você precisava ver – Acrescentou Aécio
-por que nós nunca tínhamos vindo por essa trilha ante? Esse lugar é lindo!
-Vê aqueles sinos? Todos os dias eles tocam quando eu caminho por aqui!
-você ta apontando pro lugar errado, os sinos estão ali, perto daquela igreja!
-Que igreja? – perguntou Aécio em tom de surpresa -, aí só tem um templo com essas estatuas, gigantes!
-Eu só vejo uma igrejinha com cercas lindas ao redor ao seu lado tem um sino, e por trás tem rio que passa por baixo de uma pequena ponte de madeira.

Aécio olhava para o templo que não se parecia em nada com uma igreja, e olhava também para Pedro que parecia ainda extasiado pela beleza que ele via a grama cortada, e algumas arvores bem podada.

-Vamos Pedro, Vamos voltar pra casa – Chamou Aécio pegando no braço de Pero conduzindo-o até o meio do morro onde os dois conseguiram descer, e pegar o rumo de casa.

Aécio não aceitava que Pedro visse algo diferente do que ele via, a era muito claro que havia ali um templo de Artes Marciais.

Ao chegar em casa eles tomaram café da manhã juntos, e Pedro foi trabalhar em uma construção ali perto, Aécio também era ajudante na mesma construção, mas ele havia ganho um dia de folga então ficou em casa.

Aécio aproveitou a folga pra comer algumas e assistir alguns filmes. No horário do almoço, quando Pedro chegou em casa, com a cara de alerta para Aécio, anunciou sem demora.

-Aécio... Colocaram alguém para o seu lugar, seu Antonio disse que você não precisa mais ir – disse Pedro quase sem parar
-Não pode ser, como vou me sustentar agora – Questionou Aécio
-Eu também não sei quem ele é, mas me parece que não é daqui de Sousa!
-Seu Antonio não poderia ter feito isso comigo.
-se eu fosse você eu iria lá falar com ele!
-Não! – Aécio deu uma pausa – ele vai precisar de mim!
-Mas, eu acho que não vou conseguir lidar com tudo isso, o aluguel da casa, o valor da energia, o valor da água... eu não vou poder pagar isso sozinho
-Calma, ele não pode me colocar pra fora assim, eu tenho direi...

Antes que Aécio terminasse de falar, Pedro Puxou uma sacola que tinha muito dinheiro, e entregou a Aécio.

-Tome – Disse Pedro, entregando a sacola – Ele disse que ta tudo aí, seus direitos, tudo que ele devia a você também está aí
-isso não pode está acontecendo – Aécio parecia deprimido, agora ele estava sem emprego, e desanimado. – acho que vou ter que voltar pra minha Família em Patos.

Patos também na Paraíba é uma cidade próxima, que também fica no interior da Paraíba, a cidade onde a família de Aécio morava.

-Vou ficar só com metade deste dinheiro, isso vai te ajudar, vou ajeitar minhas coisas e amanhã eu depois do almoço eu sigo para minha cidade natal!
-vou sentir sua falta meu amigo, tem certeza que quer fazer isso?
-sim, os empregos aqui em Sousa estão acabando, acho que lá em Patos, vou ter mais chance perto da minha família!
-está bem, mas escreva pra mim, e fique com minhas coleções de filmes e livros – disse Pedro abrindo os braços.

Os dois se abraçaram com tom de despedida. Os dois jantaram a noite depois do expediente de Pedro. E no outro dia pela manhã Aécio saiu pra caminha enquanto Pedro Dormia, ele foi até onde o templo shaolin ainda existia, mas desta vez viu só um dos homens, o mais moreno e forte, fazendo movimentos demonstrativos com uma lança bem maior que ele. Ele se manteve escondido com vontade de começar a falar com o jovem que treinava sozinho, mas ele estava decidido a voltar pra sua cidade.

Aécio voltou a descer o morro, e seguiu rumo até a casa na Rua principal se Sousa. A o chegar em casa, Pedro ainda estava no quarto, a porta o quarto de Pedro estava meio aberta, e um forte cheiro vinha do seu quarto, ele sentiu que alguém havia entrado na casa, então rumou para o quarto de Pedro e chamou-o

-Pedro, Pedro, PEDRO, ACORDA, ACORDA – Com a mão ele pegou no ombro de Pedro e o virou, ele caiu no chão e se arrastou até a parede, seu coração batia tão forte que quase saia pela caixa torácica, a imagem de Pedro com a Garganta cortada, e seus olhos abertos, por varias vezes ele desviou o olhar para não ver aquela cena, e o cheiro que o incomodava ainda vinha do quarto ao lado.

Aécio se levantou correndo e escorregando e foi até o seu quarto, quando abriu a porta tudo estava em chamas, ele não conseguia ver nada além de fogo e fumaça, uma labareda saiu pela porta o atingindo no peito, fazendo com sua camisa pegue fogo, ele conseguiu a tirar rapidamente, mas não evitou que ela tocasse em outros moveis da casa, fazendo com que uma seqüência de moveis pegasse fogo, ele correu com intenção de salvar o corpo do seu amigo, mas o fogo já havia atingido o quarto de Pedro, quando tuo começou a desabar ele olhou pela janela, e viu a silhueta de alguém alto segurando uma espada ninja em uma mão, e a outra com uma tocha acesa.
Sem hesitar, ele correu pra fora da casa em chamas e rumou atrás da pessoa que ele viu na janela.
Muitas pessoas se aglomeraram, para ver o fogo que já consumia toda a casa, e observaram Aécio sair correndo a casa em chamas.

-CHAMEM OS BOMBEIROS – Gritou Aécio, ainda correndo para traz da casa onde ele viu o vulto, mas chegando lá ele não via mais nada, só fogo, ele sentiu algo se movendo a suas costas, ao se virar o homem que ele teria visto a dias atrás, treinando com o outro no templo, olhava pra ele. Então Aécio correu a seu encontro e o homem desviou o seu ataque, e fugiu, Aécio o seguiu, com os olhos lacrimejando.

Os dois correram pelas trilhas, ele ainda via pessoas o observando-o correndo, mas não os via se voltando contra o homem que corria pela frente. Os dois alcançaram a trilha que dava no morro, correram mais alguns quilômetros, até chegar mais perto, o homem que corria na frente com enorme facilidade pulou as pedras do inicio do morro deu outro toque no chão e já estava no topo olhando pra baixo esperando que Aécio subisse também, quando Aécio se aproximou do topo o homem desceu com rapidez, o homem guardou a espada e apagou a tocha, colocou as mãos pra traz como uma ninja e desceu o morro, correndo muito rápido até a entrada no templo, Aécio escorregou desengonçado pela descida do morro até encontrar com o homem.

-você o matou, você matou meu amigo, queimou a casa, você tem que pagar pelo que você fez – Aécio tentou um soco alto no rosto loiro do homem, mas sem sucesso, o rosto do homem era muito rígido e seus músculo trincados.

O homem permaneceu levando golpes e ainda assim sorrindo, um dos socos atingiu o rosto do homem, que agora falou:

-Pare – disse o homem pegando na mão de Aécio e o imobilizando no chão muito rápido – vou te levar para conhecer o nosso mestre.
-Eu não quero conhecer mestre nenhum, eu tenho que voltar e denunciar você – disse Aécio com tom de ameaça
-sinta-se a vontade, volte lá, e encontre a casa em chamas e a policia pronta pra ti prender, afinal você é o principal suspeito de matar o seu colega, Pedro não é, é uma pena ter que acontecer isso, mas...
-você o matou, as pessoas estavam na rua quando eu estava atrás de você
-sim, as pessoas estavam, mas eles só viram você correndo
Aécio ficou pensando por vários minuto olhando para o homem que agora se identificou:

-Eu sou Daniel Leão, sou o segundo na linha sucessória deste templo, fui encarregado de ti recrutar
-me recrutar, você só pode tá louco, eu não vou ficar aqui.

Aécio rumou até o inicio do morro, mas Daniel Leão o alcançou e o acompanhou até o alto

-Aécio, posso te garantir que se você passar deste topo sua vida via mudar, você vai ser preso, vai mofar na cadeia, é isso que você quer
-Daniel, se eu to sendo acusado e desapareci, minha família vai ser interrogada e podem ser interrogados e até mortos pela policia a minha procura, você acha que eu vou deixá-los sozinhos?
-é exatamente esse o ponto fale com o nosso mestre, e você entenderá
-Não – disse Aécio decidido

Aécio olhou para o alto do morro e viu vários policiais em cima do morro, eles olhavam para baixo, mas não pareciam vendo nada

-uma capela, com alguns sinos e um rio correndo por baixo de uma ponte – Disse Daniel leão olhando para Aécio – é o que todos eles vêem.
-Então ele não está nos vendo, mas seu passar pelo morro...
-Eles prendem você, exatamente
-Mas como isso é possível?
-Só uma pessoa pode te responder isso
-Quem?
-O mestre!

Demorou, mas Aécio estava finalmente concordando com Daniel, eles rumaram até a o templo, quando entraram tudo era escuro, iluminado apenas por algumas velas que estavam em seus candelabros, e varias portas de madeira apareciam durante o percurso, e mais a frente uma porta central em madeira com um tigre esculpido em cima de um dragão, Daniel bateu na porta e a abriu em seguida, a sala parecia muito limpa, com estantes se estufando de pergaminhos e livros, um quadro muito grande, o seu tamanho dava pra imaginar que seria uma porta para um mundo paralelo. Em sua frente na ponta de uma pequena escada um senhor que aparentava seu muito velho que barba e bigodes muito finos e seus cabelos prateados batiam na cintura.

-Mestre Inagata – Daniel Leão falou
-Mestre o que? – perguntou Aécio
Ao olhar novamente para o senhor, o viu de pé, em sua frente, o olhando, e Aécio foi forçado a chegar mais perto, foi então que o senhor Inagata falou com uma voz muito sofrida

-Finalmente nos encontramos, espero a muito tempo pelo terceiro sucessor do meu trono, aquele que brilhara sempre na escuridão, aquele que sobreviverá a batalha das batalhas.

Por um instante eles se contemplaram, e mestre Inagata continuou.

-Seu nome é Aécio, a décadas te procuro, você restaurará a ordem do Kung Fu Saolin do Norte, seu nome está naquela placa, os três pilares.

Aécio olhou para uma placa de pedra que estava em cima de uma escrivaninha, ele viu três nomes:

-Jun Dragon o Temido, Daniel Leão o leal, e o Tigre Preto o Determinado – Leu Mestre Inagata.

-Eu sou Daniel Leão, o segundo na sucessão – Afirmou Daniel
-Jun Dragon, está cumprindo uma missão fora daqui – Disse Inagata
-Então eu sou “O Tigre Preto”? – Questionou Aécio
-Sim! – Respondeu Inagata – O Único!

Nenhum comentário:

Postar um comentário