quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Capitulo 6 - A guerra declarada

Todos estavam abalados depois das trágicas mortes do Vitor e do Marcio. Milena dava ordens para que os seus soldados colocassem os corpos dentro das malas dos carros, e quando tudo estava pronto bateram na lataria do carro e gritaram “BOA VIAGEM”
O grupo partiu de volta para casa, desceram a serra de Texeira e entraram em Patos, a viajem toda ninguém falou nada. Eline se sentia culpada por ter levado o grupo para o perigo. Passaram pelo centro da cidade e chegaram em frente ao laboratório, os dois carros pararam e o Ary desceu.
            -Preciso pegar minhas coisas, vou partir com vocês – Disse Ary enquanto entrava pelo portão caído no chão – Não demoro.
Logo Veronica também desceu e foi buscar suas coisas. Minutos depois eles voltaram entraram nos carros e partiram para Santa Gertrudes.
Dez minutos depois eles se aproximaram da comunidade, O portão estava quebrado, haviam marcas de tiro na parede, lá alguma coisa estava pegando fogo. Os carros pararam antes de entrar, todos saíram do carro e correram em direção a entrada, corpos estavam espalhados pelo chão, mais a frente um grupo de pessoas estavam sentados no chão de cabeça baixa, Betha correu para encontrar a equipe no portão abraçou Eline e falou
            -Nos atacaram quando vocês saíram – Betha falou quase chorando – Nós tivemos que lutar
            -Estão todos bem? – Eline questionou – perdemos mais alguém?
            -Não perdemos ninguém felizmente, mas é melhor você ir para casa, sua mãe deve estar preocupada – Betha falou olhando nos olhos de Eline – Deixe que os meninos cuidam disso
            -Tudo bem Betha – Thiago falou – Eu levo ela para casa
Thiago levou Eline para casa enquanto os outros se juntavam aos restantes, Edu segurava uma pistola na mão ao lado de Luís, Kay e Jacq com seus fuzis olhavam fixamente aquelas pessoas sentadas no chão, um carro virado soltava cinzas no ar. Jess abraçou Kay enquanto Lucas e o Thay se aproximavam, Bruno e Joelza chegavam por lá também.
            -Vocês são da equipe da Milena né? – Lucas falou – Nós tivemos duas percas no nosso grupo, e como vocês vieram pra cá com tanta boa vontade, podemos deixar as coisas iguais, dois por dois...
            -Lucas, nós conseguimos acabar com aqueles que já estão no chão – Betha falou – Esses aí se renderam
            -Betha, depois eu ou quem esteve lá explica para você o que aconteceu – Lucas respondeu – ah me lembrei agora, eles mataram dois por um, então um de vocês terão que pagar...
            -Lucas, ninguém mais tem que morrer aqui – Jacq falou – aqui não é um campo de guerra
            -Claro que não é, mas se eles estão nos devendo, faz parte que alguém vá cobrar – Lucas falou mais uma vez – Como é o nome de vocês?
Sete pessoas estavam sentadas com os braços amarrados mas permaneceram calados com a cabeça pra baixo.
            -Vamos lá, não dificultem – Lucas falou – Não me façam perguntar de novo
            -Lucas, não haja como aquela mulher por favor – Jess falou – Nós perdemos duas pessoas, isso só vai gerar uma guerra sem tamanho
            -Eu concordo... com o Lucas – Thay falou – Nós passamos por um trauma, o Vitor era o único entre nós que poderia buscar a cura para isso, e eles o mataram. O Marcio morreu de uma forma muito cruel. Quem estava lá sabe o que a gente passou.
            -Nós também passamos por traumas – Disse uma das pessoas ajoelhadas
            -Nossa, ela fala, antes de mais nada, quando for falar diga seu nome – Lucas falou
            -Meu nome é Mey – respondeu ela – esses são Delei e Francisco, as outras são Silminha, Angelica, Mary e a Gabriela
            -Então Mey, o que os traz a nossa humilde comunidade – Lucas se acocorou em frente a ela e olhou em seus olhos.
            -Nós fomos mandados para observar vocês, não era para ter confronto – Mey respondeu – Mas alguém nos viu e começou a atirar na gente...
            -Nunca mais espione ninguém, principalmente se esse alguém estiver armado – Edu falou
            -Hahaha foi você que atirou Edu? – Thay falou – Muito bem, estamos bem guardados
            -Depois que atiraram na gente, tivemos que revidar, partimos para cima, e derrubamos o portão – Mey continuou – Mas nos enganamos, vocês estavam bem mais preparados do que imaginamos.
            -Olha só, Nossa que comovente – Lucas falou – Nós somos as pessoas más agora.
            -Nós nos entregamos, o que mais que vocês querem? – Delei falou
            -Olha só, ele também fala – Thay se abaixou na frente dele – Não fale assim de novo, ou minha faca vai começar a girar aqui, Cê ta me entendendo?
            -Claro, me desculpa – Delei respondeu – Só não queremos lutar
            -Vocês estão submissos a uma mulher louca – Lucas falou – Nós também não queríamos lutar, mas vocês foram maus anfitriões, nem café nos ofereceram.
            -Nós não tínhamos escolha, ou lutávamos por ela, ou morremos – Silminha falou – Por favor, nos aceite aqui com vocês
            -Aceitar vocês aqui? – Lucas questionou – Nós estamos em guerra, e você quer ficar do nosso lado, essa piada não foi engraçada
            -Não foi uma piada, nós realmente não aguentamos Milena – Silminha falou mais uma vez
            -Bom... vocês não vão poder sair daqui por um tempo, vão ficar presos – Lucas falou – Primeiro vocês vão me dar informações sobre a cidade
            -Não sabemos tudo – Delei falou
            -Claro que sabem, vamos lá, podem começar – Thay falou olhando pra ele – Edu, meu alicate ta em cima do meu armário pega lá pra mim
Thay e o Delei ficaram se olhando por um tempo, Edu correu e rapidamente pegou o alicate, trouxe e o entregou ao Thay.
            -Luiz, solta a mão esquerda dele, por favor – Thay falou olhando nos olhos de Delei
            -Claro – Luis falou desatando o nó – Ta ai...
            -Olha só isso – Thay falou olhando para a mão do Delei – Suas unhas estão mal cortadas, por acaso você não tem higiene.
Thay pegou a mão esquerda do Delei, esticou o dedão e segurou a ponta da unha com o alicate mecânico, mas não foi pra cortar as unhas, com um puxão a unha do dedão de delei saiu com muito sangue jorrando e gritos de dor de Delei
            -Você vai nos falar como destruir a Milena – Thay falou balançando a unha arrancada – Ou vou arrancar todas as suas unhas
            -Eu falei.. que, que não sei de nada, por favor – Delei falou chorando de dor
O Thay pegou o dedo mindinho e puxou mais uma unha, “AAAAAAi” Delei gritava muito alto, seu choro fazia o Thay sorrir e olhar seriamente para ele
            -Thay, é melhor leva-los daqui – Beta falou com Thay – Nós não somos assim...
            -Eu vou fazer um colar de unha se ele não abrir a porra da boca – Thay respondeu
“POU” “POU” “POU” Tiros vindo de traz atingiram as pessoas ajoelhadas, Eline vinha com a arma em punho e atirando, quando se preparava para o quarto tiro, sua arma ficou sem munição. Thiago conseguiu conter ela que chorava muito
            -VOCÊS MATARAM MINHA MÃE – Eline gritou – EU VOU MATAR TODOS VOCÊS
Enquanto Thiago segurava Eline, todos tinham se afastado com medo, os três tiros acertaram o Delei e o Francisco que agonizaram até morrer. Mey, Silminha, Angelica, Mary e Gabriela tentaram correr, mas foram derrubadas pelo grupo.
            -A mãe de Eline não resistiu, ficou muito chocada com toda essa situação – Vildete falou caminhando em direção a Betha – O Thiago teve que ser forte e não deixar ela voltar como zumbi
            -Thiago, não deixa a Eline ficar aqui – O Lucas falou – Betha você é a melhor amiga dela, fica com ela por favor
            -Tudo bem Lucas, ficarei – Betha respondeu
Thiago e Betha levaram Eline que estava inconsolável, para a casa da Betha, enquanto parte do grupo continuavam reunidos ali na rua
            -Meninas, é com vocês agora, os homens estão mortos – Lucas falou
            -Por favor, nós vamos cooperar – Silminha Falou – Só nos diga o que quer saber
            -Vocês sabem – Lucas piscou o olho – queremos penetrar no território de vocês, o mais fácil possível, queremos informações...
            -Milena é muito cautelosa – Mey falou – até com a gente, ela esconde segredo
            -Mas ela tem um filho – Gabriela falou – O Victor é mais maleável
            -Bom, ele nunca ficaria contra sua mãe, então Victor descartado – Thay falou
            -Também tem o Jonathan que é o melhor amigo dele – Mary também falou
            -Não quero saber de nome, quero saber de onde a gente tem chance de entrar lá e acabar com todos eles – A Jacq falou
            -Tem uma estradinha de barro que sai do outro lado da cidade, talvez seja um ponto cego – Mey respondeu – A Angelica viveu sua vida lá, talvez ela possa dar alguma informação
            -Existe um galpão abandonado que servia de deposito de bebidas – Angelica começou a falar – Ninguém vai lá a muito tempo
            -Muito bem, você vai nos levar até lá, mas não hoje – O Thay falou – Quantos soldados tem lá?
            -Cerca de Sessenta ou cinquenta pela cidade – Angelica falou
            -São muitos – Jess falou
            -Sim, mas pra tudo tem um plano – Kay respondeu
            -Bom, progredimos hoje, vocês limparão essa bagunça, mais tarde conversamos mais – O Thay se levanto e pegou seu alicate e as unhas e levou para casa.
Lucas mandou que se levantassem e fossem até o alpendre de uma das casas para saírem do sol, e assim elas foram até lá, todo o grupo foram para suas casas, menos o Lucas, o Luiz e o Edu.
            -Edu, Luiz, fiquem de olho nelas, daqui a pouco trago agua e um pouco de pão, amanhã nós levaremos elas conosco – Lucas falou – e ainda precisamos fazer uma cerimônia digna para a mãe de Eline.
            -Tudo bem Lucas – Respondeu Luiz – Eu e essa carinha vamos dar de conta
            -Vá descansar Lucas, deixe com a gente – Edu também respondeu
            -Muito cuidado aí – Falou o Lucas caminhando em direção a sua casa

Mais tarde quando o sol estava se pondo, do lado de fora de Santa Gertrudes, o grupo se reuniu em volta de uma pilha de madeira, em cima estava o corpo da Mãe de Eline, Eline ainda estava furiosa com o acontecido, mas não conseguiu falar nada, até que Betha quebrou o silêncio
            -Dona Maria foi nossa mãe durante todo esse tempo difícil, ela foi uma das poucas pessoas que não deixou o apocalipse mudar quem ela era – Betha falava emocionada – Não foi só a Eline que perdeu sua mãe, mas nós perdemos uma grande companheira.
O discurso emocionado de Betha fez alguns chorarem, Eline tomou o fogo que estava com o Thay e colocou em baixo das madeiras, o fogo pouco a pouco aumentava, até alcançar o corpo enrolado em um lençol branco.
Minutos depois todos voltaram para dentro, Edu continuava montando guarda, Eline se aproximou do grupo de mulheres se baixou e falou:
            -Vocês vão levar uma mensagem minha para Milena – Eline falou olhando nos olhos de Mey – Diga a ela que onde quer que ela esteja, quantas pessoas ela tenha, não importa quantos armamentos ela possa ter, eu vou matar ela.
Eline nunca havia falado tão sério e friamente como falou dessa vez
            -E se ela quer guerra, ela vai ter guerra – Eline falou se levantando e indo em direção a sua casa, não olhou para ninguém e nem falou nada, abriu e bateu a porta de sua casa
            -Porra, eu não queria estar na pele de vocês agora – O Thay falou – Eline pode parecer frágil mas aquela mulher é uma força da natureza
            -Nisso tudo, ou vocês se juntam a nós, ou vão morrer também – O Lucas falou
            -Nós não vamos lutar por Milena, não queremos morrer – Silminha falou – E tem gente lá que também não quer
            -Isso é o que veremos – Lucas respondeu – Vocês vão dormir em uma das casas, tem uma sem janelas, não poderão fugir, se fugirem nós vamos caçar vocês, entenderam?
            -Sim, entendemos – Mey falou
Lucas e Thay pegaram elas e levaram até a casa que serviria de cadeia, desamarraram elas e trancaram a porta
            -O jantar é servido em uma hora – Thay falou – Não temos muito, então dois pratos da pra vocês passarem a noite até a gente levar vocês amanhã, até mais

No outro dia bem cedo o Lucas veio e amarrou de novo as mãos das mulheres. Kay estava montando guarda na porta da casa, e ajudou a amarrar as outras. Já havia um carro ligado esperando o pessoal, as mulheres foram colocadas na parte de traz dos carros, Lucas e o Thay foram em um carro, e O Thiago e a Jacq em outro.
Os carros tomaram rumo até a cidade de Texeira, minutos depois estavam já em Patos, dirigiram mais alguns quilômetros até chegar na serra, os carros pararam e todos desceram.
            -Não vamos até a cidade, vocês vão subir daqui, agora nos diga por onde é mais fácil entrar na cidade – O Thiago questionou
            -Para chegar na cidade nós temos que subir a serra, na primeira estrada de barro do lado direito é o caminho para contornar, do outro lado fica o ponto cego – Mey falou
            -Bom, então teremos que subir para ver, vocês vão na frente, já podem começar a caminhar – Lucas falou – Vamos lá...
As cinco mulheres partiram caminhando subindo a serra de Texeira... até chegar na primeira estrada do lado direito, foi mais ou menos trinta minutos caminhando, após isso, o grupo saiu que estava atrás entrou um pouco para observar a estrada. A Jacq ficou um pouco para traz ainda na estrada asfaltada
            -Acho que já é metade do caminho – Thay falou – Precisamos olhar no mapa, mas não creio que tenha essa estrada
O lucas puxou sua faca e cortou as amarras dos punhos das mulheres
            -Daqui vocês seguem sozinhas, e lembrem-se, se vocês lutarem do lado errado da força, vão morrer...
Uma freada brusca de um carro parava na rua asfaltada, rapidamente desarmaram a Jacq e a colocaram dentro do carro. Saiu uma pessoa de dentro do carro e falou.
            -Devolvam nossas pessoas e teram ela de volta – Falou o Homem
Lucas que apontava a arma para eles, baixou, e olhou para as mulheres e apontou para que elas fossem para o carro. As cinco passaram por ele e subiram no carro.
            -Pronto agora devolvam a nossa – O Lucas falou
            -Ainda faltam mais – O homem falou
            -Alguns morreram pelos zumbis, mas o Delei e o Francisco ainda estão conosco – O Thiago respondeu
            -Então Amanhã vamos busca-los, e ai levamos sua amiga – O Homem falou – Até mais
O carro saiu em arrancada, enquanto eles ficaram só olhando, e correram para os carros lá em baixo no começo da serra.
            -Mas o que você disse Thiago? – O Lucas questionou enquanto corria – Os dois estão mortos
            -Eu tenho um plano – Thiago respondeu
Vinte minutos depois eles estavam nos carros e foram voltaram para casa


3 comentários:

  1. Eita que o negocio esta ficando"bão"!!! Ja quero REVENGE👊. Mami😥

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  2. Nossa! Eu li ontem e achei ótima.Claro que o coração ficou bem apertado.Está na hora de colocar aquele povo no lugar que merecem. ;)

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